Organizados pela FETAG
– Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar -, e Sindicatos dos
Trabalhadores Rurais, cerca de 1.700 agricultores de diversas regiões do
Estado, estiveram mobilizados em Porto Xavier na terça-feira, 1º/8, para
pressionar o governo estadual e federal em relação à situação preocupante do
setor leiteiro, em razão da importação sem taxação, e a inviabilização da
aplicabilidade das políticas públicas.
As entidades
apresentaram a seguinte pauta de reivindicações:
1) Implementação de barreira comercial para
barrar a entrada de leite e derivados dos países membros do Mercosul.
2) Implementação de regras para que nenhuma
empresa ou indústria que importar leite ou derivados receba qualquer tipo de
benefício fiscal do Estado.
3) Liberação do recurso do FUNDOLEITE para
implementar políticas públicas de apoio aos produtores de leite do Rio Grande
do Sul.
4) Mudança nas regras do Proagro, para não
prejudicar os agricultores e pecuaristas familiares que enfrentam três secas
consecutivas.
5) Atualização do limite de imposto de
renda para os agricultores e pecuaristas familiares.
6) Correção ou rebate no enquadramento da
DAP e CAF – Pronaf para acessar os financiamentos de custeio e investimentos.
Apenas no mês de junho,
a importação de leite representou 20 dias de produção de leite do Rio Grande do
Sul: 20 milhões de kg de leite em pó, que na conversão representa 200 milhões
de litros.
Comparando o primeiro
semestre de 2022 com o primeiro semestre de 2023, o aumento das importações de
lácteos (leite em pó, queijos, soro de leite e manteiga), do Uruguai,
Argentina, Paraguai e Chile, foi de 283%.
A mobilização iniciou
na Praça de Porto Xavier, quando usaram a palavra o presidente do Sindicato dos
Trabalhadores Rurais de Porto Xavier Ademir Schillreff, Presidente da
Associação Comercial e Industrial de Porto Xavier Jeferson Deltener, o
Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Xavier Jeroni Krewer, o Prefeito de
Porto Xavier Gilberto Menin, o representante da Assembleia Legislativa Deputado
Elton Weber, e o presidente da Fetag – RS Carlos Joel da Silva.
Após os
pronunciamentos, iniciou a caminhada até o Porto Internacional, onde ocorreu um
teatro demonstrando as problemáticas do setor leiteiro, e o fechamento do Porto
por cerca de 2h, demostrando toda a insatisfação dos produtores e os prejuízos
decorrentes da importação de leite sem taxação.
Em julho, os
representantes da classe reuniram-se com o ministro da Agricultura e Pecuária,
Carlos Fávaro. No encontro, tiveram a garantia de portarias autorizando a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a realizar aquisições de leite e
derivados por programas federais de compras públicas, como o Programa de
Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
No entanto, segundo os produtores, até o momento nenhuma reivindicação foi
atendida.
A Cermissões foi
representada na manifestação pelo vice-presidente Diomedes Rech, que ao usar a
palavra, relatou a importância do setor para nossa região, e que a Cooperativa
atua para atender todos os setores produtivos, e que graças ao trabalho
coordenado pelo presidente Diamantino Marques dos Santos, com a aplicação
correta dos recursos nos sistemas de distribuição de energia, a Aneel aprovou
uma redução média de 23,17% nas contas de luz dos associados da Cermissões.
Conforme os
organizadores da manifestação, se os governos não atenderem as demandas, novas
mobilizações deverão ocorrer nos próximos meses.
Cermissões, a Luz das
Missões!