A principal mudança que
o Marco Legal da Geração Distribuída no BRASIL: a Lei nº 14.300/2022, trouxe, é
a de cobrança na tarifa que incide na conta de luz. Essa tarifa muda a
composição da conta de energia, para quem pretende instalar placas solares.
Desde o dia 7/1/2023,
as pessoas que contratarem o sistema de painel solar terão que pagar pelo uso
da infraestrutura que a distribuidora disponibiliza nos períodos onde a geração
simultânea não é gerada.
Segundo expresso no
texto da lei, aqueles que realizaram a instalação de um sistema de energia
solar até o dia 7 de janeiro de 2023, ficaram isentos da tarifa sobre energia
solar até 2045.
O pagamento escalonado
da Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (Tusd fio B) começou em 15%, a
partir de janeiro de 2023; vai a 30%, a partir de 2024; depois 45%, a partir de
2025; a 60%, em 2026; a 75%, a partir de 2027; a 90%, a partir de 2028; e a
partir de 2029 ficará sujeito à tarifa estabelecida pela Aneel.
A conta de luz
basicamente é dividida entre tarifa de energia (TE) e tarifa de uso dos sistemas
de distribuição (TUSD), que inclui os encargos além das perdas que podem
ocorrer na distribuidora.
Também incidirá sobre a
produção de energia das placas solares, impostos como ICMS e PIS/COFINS, os
quais são aplicados no consumo do kWh.
Embora muito se fala na
“taxação do sol”, a implementação da cobrança desta taxa, é para custear as
despesas de manutenção dos sistemas de distribuição.
Para falarmos em uma
linguagem bem clara, o sistema de placas solares não é independente, pois está
interligado nas redes das distribuidoras, que necessitam custear todas as
despesas para sua manutenção.
O engenheiro eletricista da Cermissões Nerisom Rohleder, ressalta que existe uma preocupação muito grande das Cooperativas e empresas distribuidoras de energia, no que se refere a geração distribuída (placas solares), pois os custos operacionais, desde o leiturista, a manutenção e adequação de redes, trocas de transformadores, trocas de medidores, aumento da capacidade de subestações e alimentadores troncais, equipes de plantonistas, tudo é de responsabilidade das distribuidoras que recebem essa energia gerada durante o dia, e precisam garantir o fornecimento de energia durante a noite, quando ocorre o maior pico de consumo. “Esse sistema de geração de energia não possui sistema de armazenamento (baterias), por isso, quando falta energia fornecida pela Cermissões, falta também para os que possuem placas solares, e para garantir esse fornecimento sem interrupção, necessitamos manter toda estrutura em funcionamento, e para isso são necessários altos investimentos”, frisou Nerisom.
Para o engenheiro Eluir Hoffmann, um dos principais problemas da instalação de placas solares, são as alterações nos níveis de tensão nas redes, que acabam alterando a qualidade de energia distribuída aos associados, causando o desiquilíbrio das fases.
IMPACTOS AMBIENTAS
Os painéis
fotovoltaicos de silício – os mais utilizados no mundo e aqueles que
provavelmente você conhece – passam por um longo processo produtivo até poderem
ser instalados em telhados (Geração Distribuída – GD) ou numa usina solar
(Geração Centralizada – GC).
Para produzir as
células fotovoltaicas são necessárias inicialmente atividades de mineração que
podem gerar contaminação de águas superficiais, remoção de vegetação,
contaminação dos solos, evasão forçada de animais silvestres previamente
existentes na área de extração mineral etc. Além desses, para produzir as
células solares é necessária uma enorme quantidade de energia e o grande
problema é que a principal produtora – a China – tem uma matriz energética com
85,4% da energia primária gerada a partir de fontes não renováveis, sendo o
carvão a principal fonte (68%) – BP Statistical Review (2019). Sem falar nos
impactos ambientais negativos para trazer essas células para o Brasil.
Outra preocupação, é quanto a destinação das placas solares após sua vida útil, que se não for feita corretamente, pode causar grandes problemas ambientais.
ORIENTAÇÕES DA CERMISSÕES PARA QUEM PRETENDE INSTALAR PLACAS SOLARES
1º- Levante o histórico
da empresa. A quantos anos atua no ramo? Quem são os profissionais responsáveis?
Constatamos que muitas pessoas com pouco conhecimento estão instalando placas
solares.
2º - Confira a
procedência dos equipamentos. Você sabia que existem placas solares específicas
para a região sul, onde ocorre a incidência de granizo?
3º - Analise a garantia
oferecida. Verifique a documentação fornecida pela empresa responsável pela
instalação, e os documentos da garantia pelo prazo prometido de durabilidade.
Confira se realmente existe a garantida de 25 anos dos equipamentos?
4º - Ao financiar a
compra das placas solares, analise as taxas de juros ofertadas pelas
instituições bancárias, pois os financiamentos objetivam lucro para os bancos.
5º - Ao comprar um
equipamento diretamente em seu CPF/CNPJ, a responsabilidade sobre a compra
passa a ser sua.
6º - Havendo alteração
no projeto para implantação de mais placas, você se enquadra na legislação
vigente no momento da solicitação da alteração.
7º - A poeira,
poluição, folhas dentre outros fatores que sujam as placas solares, podem
ocasionar uma perda de até 25% na produção de energia.
8º - As falhas nos inversores são a causa mais comum e frequente de diminuição na capacidade de geração de energia solar. Normalmente, quando um inversor falha, todo o sistema é desligado e deixa de produzir energia.
CERMISSÕES REGISTROU QUEDA BRUSCA NAS SOLICITAÇÕES DE IMPLANTAÇÃO DE PLACAS SOLARES
Conforme levantamento realizado
pelo fiscal de obras e microgeração Rômulo Hartmann, até janeiro deste ano
foram instalados 2.493 sistemas de microgeração de energia (placas solares),
interligados nas redes da Cermissões, o que representa 7,85% dos associados da
Cooperativa. Desde o dia 7/1, data da entrada em vigor da cobrança de 15% para
uso da estrutura dos sistemas de distribuição de energia, somente cinco novos
projetos foram protocolados junto a Cermissões, para instalação de placas
solares. “Houve uma queda brutal, nas solicitações de implantação de placas
solares, após a inclusão da tarifa de 15%”, relatou Rômulo.