GD continua
impactando as tarifas, que deveria ser pago pelo tesouro nacional
IMPACTO NAS
CONTAS:
As tarifas de
energia elétrica devem sentir os efeitos da extensão dos descontos na rede para
projetos de geração distribuída, além de impactos dos custos adicionais de
operação do sistema por causa da seca no país.
Um dos impactos
será a prorrogação de benefícios da micro e minigeração distribuída (MMGD), na
avaliação da Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia (Abrace).
A prorrogação do
prazo para a geração distribuída usufruir de descontos no uso da rede foi uma
emenda incluída no projeto de lei do Combustível do Futuro (PL 528/2020),
aprovado no Senado Federal na quarta-feira (04/9).
A Abrace calcula
que a extensão dos descontos vai se somar a outros gastos que pesam nas tarifas
de energia e poderiam ser reduzidos. Segundo um estudo da associação
apresentado na quinta-feira (05/9), esses custos chegam a R$ 100 bilhões —
ainda sem considerar o benefício aprovado esta semana.
O cálculo
considera R$ 63,07 bilhões em custos evitáveis, como subsídios. Outro fator que
onera as tarifas é a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que totalizou
R$ 40,3 bilhões em 2023. A Abrace defende que a CDE deixe de ser paga pelos
consumidores e passe a ser incluída no orçamento da União.
Mais um item que
pode levar a um peso adicional no próximo reajuste tarifário das distribuidoras
é o aumento nos custos do encargo de serviço do sistema (ESS).
A estimativa é
que a ESS em agosto chegou a R$ 436,5 milhões, segundo um estudo da
comercializadora Simple Energy. A cifra representa um salto de 683,49% ao mês
de junho, por exemplo, quando o custo havia sido de R$ 55,7 milhões.
O aumento é um
efeito da seca, que está levando ao acionamento de usinas termelétricas, devido
à menor disponibilidade de recursos hídricos para o atendimento à demanda de
energia elétrica nos horários de pico de consumo.
A estimativa é
que no mês de agosto o valor represente um gasto adicional de R$ 9,00 por
megawatt-hora (MWh).
A última vez que o ESS atingiu valores tão altos foi em dezembro de 2023.
(epbr – 06/09/2024)